domingo, 14 de fevereiro de 2016

Sentimento da madrugada


Sim...

Um quarto branco, um radio antigo sintonizado nos clássicos de uma época que nem mesmo vivi, mas que desnuda minha alma. Em minha frente esse ventilador que remete uma saudade. Que refresca meu corpo e ao mesmo tempo aquecem lembranças causando tantas inquietações.
Sim, essa é toda percepção desse momento. Pois estou totalmente comprometida com meus pensamentos e reflexões. Tentando achar uma maneira de aprender sobre essa paciência que a vida tanto exige de mim. Mas principalmente, tentando entender todos esses porquês que  ecoam sons tão agudos em minha cabeça.
Sim, tenho mesmo que admitir e aprender a amar essa imperfeição de viver outra realidade. Os sons sempre tão infinitos! Esse ir e vir de onde apenas eu tenho passagem. Quão estranho isso de vocês me verem e não verem. Conhecer? Não quero que soe petulância da minha parte, mas sinceramente não faço questão que muitos me conheçam a fundo. Pois nem todos merecem nosso coração aberto.
Sim, conflitos, perguntas e gritos ouvidos a partir deste silêncio.  Quanta exigência me implicando em escolhas que penso serem tão dolorosas. Mas se existe apenas o princípio onde o fim não se prevê, suponho que tudo possa não ser tão estéreo. Mas é claro... Já dizia um velho sábio: Para seu melhoramento depender de você, que seja seu o maior comprometimento.
Sim, então me comprometo a mudar. Comprometo-me a mudar essa mania de querer te levar onde apenas eu consigo ir. Pois talvez ao chegar não entendesse e quem sabe estragaria. Comprometo-me então a encontrar minha totalidade. Aquela que vai fazer com que você apenas queira me seguir. Exatamente isso... Que você queira mudar seus caminhos para junto aos meus. E sendo assim, que meu coração você possa despir para com seu acalento me servir.
Sim, venho de tantas tempestades que julgamentos não me cabem. E de tão sentir, de alentos e desencantos, creio sim que enfim amadureci. Mas como isso se ainda cultivo nuvens de algodão e tantas bolhas coloridas de sabão! Mas o que tudo isso importa se ouço agora uma de nossas músicas e tudo se torna tão fugaz. 

Então digo eu: que não seja tão breve quanto às borboletas. Que de encantos me traga muitos cantos. E que seja eu em mim. Que de mim transborde em você e com grande alegria possa meu coração viver.

                                                                                                                  Agda Badaró 15.02.2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe um comentário para Agda Badaró